sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

À caça

Contratar por contratar, só para "picar o ponto" ou executar um par de manobras populistas no mercado de Inverno, está fora de questão em Alvalade, mas, é uma certeza, o Sporting mexe-se no terreno, estuda alvos em diferentes ligas, avalia possibilidades de negócio e, não menos relevante, calcula e mede o alcance da sua capacidade financeira para, caso os resultados da equipa justifiquem o esforço, lançar a rede ao objectivo prioritário em termos de fortalecimento do plantel: recrutar uma solução sólida para o eixo defensivo. E a fasquia de exigência não podia estar mais alta: o que se procura é um central perfeito. A meio de uma época, a missão é mais espinhosa, mas, não importando o momento, para que a demanda seja bem-sucedida, os leões têm de estar preparados para abrir os cordões à bolsa.

Admitida no Verão, em plena fase de reconstrução do plantel de Domingos Paciência, a necessidade de contratar um central "cinco estrelas" vem sendo vincada em competição: Rodriguez tem esbarrado em dificuldades físicas e psicológicas que o impedem de comprovar se é reforço; Carriço, vulnerável no jogo aéreo, vai ganhando corpo e papel de trinco alternativo a Rinaudo; e, por outro lado, Polga, o mais velho dos defesas, está em fim de contrato. Firme, firme só Onyewu, a única torre da defesa, o que é curto. A caça por um central de classe é inevitável.

De forma simples e objectiva, como se pode definir o central "cinco estrelas" que o Sporting procura? Que características o distinguem dos demais? André Cruz, contratado em Dezembro de 1999, esteve nos últimos dois títulos nacionais conquistados pelos leões e, com experiência e conhecimento de causa, pinta o retrato do jogador que faz falta. "O central perfeito tem estatura - nunca menos de 1,86/1,87 m de altura -, boa impulsão, óptimo jogo aéreo e é forte na marcação. Tem de ter boa velocidade, assim para o rápido, e qualidade técnica: deve saber fazer um passe curto ou longo, sempre com precisão", descreve o antigo internacional brasileiro a O JOGO.

Mas há mais condimentos no "cozinhado" do central perfeito: antecipação e... finalização. "Tem de ser inteligente e saber ler o jogo, antecipar o que vai acontecer. Essa era uma das minhas grandes virtudes: sabia onde a bola ia cair porque conhecia os adversários e procurava ter a noção exacta do posicionamento dos meus colegas, o que me permitia adivinhar as jogadas. Depois tem de marcar golos, seja na sequência de cantos ou de livres - mas tem de marcar. Com as características referidas, teremos um central também forte no mano a mano", concretiza André Cruz.

Canhoto ou destro

O pé preferencial altera o estilo, argumenta o esquerdino que foi leão durante duas temporadas e meia (de Dezembro de 1999 a Junho de 2002), mas não é um atributo determinante. "No Brasil diz-se que os canhotos são mais elegantes a tocar na bola e a correr. Normalmente são mais técnicos - e por isso parecem mais lentos - do que os destros, mas também há canhotos que são 'grosseiros'."

Chegar à solução pretendida pelo Sporting é que é difícil, pois, no entender do ex-futebolista, "já não há jogadores" como André Cruz "ou Mozer": "Falo com muita gente de Itália, Bélgica, Espanha, Portugal e Brasil - toda a gente procura este jogador, mas o central perfeito rareia, e quando há não é barato, custa muitos milhões de euros."


10 características do central pretendido


Altura (nunca menos de 1,86/1,87 m)

Impulsão

Jogo aéreo

Marcação

Velocidade

Qualidade técnica

Antecipação e leitura de jogo

Posicionamento

Desarme

Finalização (cantos ou livres)



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