domingo, 1 de janeiro de 2012

Gozo


Há jogadores que estão a pouco mais de ano e meio de terminar o contrato com o Sporting. Em que ponto estão os processos de renovação de Rui Patrício e Daniel Carriço? Pode prometer a continuidade deles?

Estão na fase da negociação. Estão a ser objecto de análise. As propostas estão em cima da mesa.

Confirma que há uma grande diferença de verbas entre as partes?

Não é problema. Rui Patrício e Daniel Carriço já mostraram maturidade suficiente na sua relação com o Sporting, e gostam de estar no clube. Os activos têm de ser hoje enquadrados como não estando de passagem. Quem entra para a formação tem de ter como referência a equipa principal e não jogar no Manchester United, Real Madrid ou Barcelona. O Sporting é reconhecido pela sua excelente formação, mas a marca não tem o mesmo valor da formação, e os jogadores têm passado pelo clube e depois valorizam-se noutros lados. O Sporting não ganhou a Liga dos Campeões nem a Liga Europa, não tem um currículo internacional muito forte, e a nossa preocupação é dizer aos jogadores que o destino é a equipa principal. Queremos que tenham o gozo de jogar na equipa principal e não a vontade de sair. Os jogadores que saem da formação, ao saberem que queremos que entrem na equipa principal, já ficam com uma visão de um nível salarial bom, pois também têm direito de o ter, já que contratamos outros jogadores que têm essa perspectiva.

Mas é preciso fazer dinheiro com a venda de activos...

O Sporting sabe que necessita de aumentar as suas receitas, o que é diferente de ter de aumentar as suas receitas com a venda de activos. Para termos uma equipa sustentada e sustentável, temos de a manter o mais estável possível. Não posso garantir que não apareça alguém e bata a cláusula de rescisão, mas em condições normais queremos manter a equipa. É evidente que há valores que os jogadores têm pelos quais podemos dispensá-los. Se o Sporting entender que é um bom negócio, podemos negociar abaixo da cláusula de rescisão, mas o nosso objectivo não é vender. Queremos ganhar sustentabilidade e fazer com que a equipa do Sporting, a sua marca, tenha um valor diferente do que tem. Queremos é aumentar as vendas noutras vertentes para sermos independentes da venda de activos.

E a Anderson Polga, vai renovar-lhe o contrato?

Polga disse que não estava à procura de pré-contratos e que se sentia bem no Sporting. É um verdadeiro capitão e vai ter um tratamento adequado no final da época. Quando o ambiente é bom, tudo melhora um pouco.

Foi só o ambiente que originou a subida de rendimento de Polga e de outros jogadores?

Tudo funcionou. O paradigma de contratação tem mostrado isso. Os jogadores da formação agora reagem de maneira completamente diferente às adversidades. Daniel Carriço, por exemplo, é um verdadeiro leão. Tudo porque o ambiente é diferente, a equipa está mais elevada e ele cresce também com ela. A maneira como lideramos também conta. Três horas antes de os jogos começarem, estou sempre com os jogadores; desloco-me à Academia nos mesmos dias. As pessoas percebem que há uma relação de proximidade com uma hierarquia completamente definida, sem haver choques nessa estrutura. Os salários são pagos a horas, há um conjunto de situações que fazem com que o ambiente seja outro. Se falar hoje com Polga vê um sorriso. Está tranquilo e sabe o que quer. É uma questão transversal a vários jogadores. Agora a equipa junta-se no meio do relvado antes dos jogos e no final vai agradecer aos adeptos. Foi uma decisão deles.

2 comentários:

  1. Desejo um Bom Ano para este blogue e sua administração, muito sucesso e muita saúde!

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  2. Muito obrigado.
    Para si tb.

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