Depois de o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) ter indeferido o recurso apresentado pelo Nice, o clube gaulês de pronto reagiu argumentando que o luso-guineense, de 25 anos, deveria ser devolvido a procedência, posição que ainda ontem foi reforçada pelo presidente do clube francês. Os leões refutam qualquer responsabilidade no processo (ver peça em anexo nesta página). Num primeiro olhar sobre este diferendo, José Manuel Meirim, especialista em direito desportivo, advogou em declarações a O JOGO: "Perante os dados existentes e entre todos os contratos firmados, Yannick Djaló terá necessariamente contrato de trabalho válido com o Nice. Nesse sentido, é um trabalhador deste clube, que o adquiriu, esteja inscrito ou não. Só se modificaria a partir do momento em que o Nice rescindisse unilateralmente o contrato com o Yannick, que o despedisse, ou que chegassem a acordo." No entanto, José Manuel Meirim deixa em aberto outros cenários num campo estritamente hipotético. "Há três acordos, e um deles foi assinado entre os clubes, que procede à transferência do jogador. Nada sabemos, sobre o qual o conteúdo deste vínculo, que poderá conter cláusulas que salvaguardem uma situação como aquela que se verificou. Aqui, só podemos entrar no domínio das hipóteses, e com muita dificuldade. Além disso, importa apurar de quem foi a culpa por a documentação do jogador ter sido enviada fora do prazo legal", adicionou o docente universitário.
Também a acompanhar o caso de perto está o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, que ontem se pronunciou ao nosso jornal pela voz do seu presidente, Joaquim Evangelista. "Já falei com Yannick Djaló sobre este assunto, e ele sabe que pode contar com o Sindicato. Mesmo sem estar inscrito, é jogador do Nice, mas ainda estamos a estudar o processo em detalhe. Para já manifestámos o nosso total apoio ao jogador", garantiu o dirigente.
Refira-se que as últimas horas de Djaló em França foram dramáticas, com o Nice a não lhe pagar sequer a estada no hotel. O caso só deve parar na FIFA.
Leões negam envolvimento no imbróglio
Numa tomada de posição oficial, o Sporting garantiu ter acordado a rescisão durante a transferência, rejeitando responsabilidades em todo o processo. Pedro Sousa, assessor de comunicação para o futebol, esclareceu: "O Sporting fez um contrato de transferência com o Nice e, ao mesmo tempo, um contrato de rescisão com o jogador na véspera do último dia de inscrições. A responsabilidade é do Nice, e o Sporting nada tem a ver com esse atraso na inscrição." Também Domingos se pronunciou: "Faz parte do passado, é um atleta que não faz parte do grupo."
Sem comentários:
Enviar um comentário