João Pereira sempre foi assim... e continuará a ser. Foi o próprio que o admitiu quando ainda jogava no Sporting de Braga, pouco antes de transitar para Alvalade, em Janeiro de 2009. Desde os tempos de infantil no Domingos Sávio - quando tirava do sério até os pais dos pequenos adversários! - que o lateral-direito vive o jogo como poucos e testa os limites à oposição por culpa da sua atitude irreverente, malandra, até... porque o futebol também disso é feito. A última "vítima" a ir tomar duche mais cedo foi Wesley, anteontem, em Alvalade. Mesmo conhecedor da têmpera do defesa verde e branco pelo tempo que jogou em Portugal, o brasileiro do Vaslui "cegou" após um lance no mínimo duvidoso com o 47 na área sportinguista. O defesa derrubou o canhoto na área, mandou-lhe uma boca de fugida e, possesso, o esquerdino perseguiu-o para lhe acertar uma cabeçada... e receber ordem de expulsão. Não foi o primeiro, provavelmente não será o último a cair no ardil do lateral. O Sporting agora lucrou com a atitude do internacional português, que passou de provocado a provocador.
Miguel Garcia conhece como poucos o homem hoje dono de um lugar em tempos seu e a quem sucedeu em Braga. Agora nos turcos do Orduspor, o defesa nado e criado em Alvalade viu e sentiu de perto a agulha de João Pereira, como recordou a O JOGO. "O João é mesmo assim. Vibra muito com o desenrolar do jogo. Então quando está a perder, é impossível não reparar. Joguei contra ele, ao lado dele na Selecção Nacional de sub-21, e é sempre um problema para quem o enfrenta. Tem qualidade técnica, é agressivo sem ser maldoso, mas a verdade é que às vezes sucedem estes episódios. Ele consegue descontrolar e desconcentrar os adversários", frisou o Herói de Alkmaar, que, confessa, ainda hoje não sabe se é mesmo defeito ou feitio. "Há quem ache que o João tem estes comportamentos propositadamente, mas eu sinceramente não sei. É uma coisa que está dentro dele, é a forma como vive o jogo. Como disse, ele não é violento, nem nada que se pareça, mas com gestos, palavras, consegue influenciar quem está do outro lado."
Todos recordam uma expulsão de João Pereira, quase no início de um Sporting-Benfica para a Taça da Liga, que penalizou fortemente os leões, que acabaram goleados por 4-1. Hoje subcapitão e mais responsabilizado pela SAD e equipa técnica verde e branca, o defesa surge mais controlado, procurando suscitar reacções. Miguel Garcia está ao corrente e acrescentou: "Ele ganhou aceitação no Sporting por mérito próprio, e isso acarreta responsabilidade. Não pode ter os gestos irreflectidos do passado, mas a forma de o João sentir o jogo é a mesma e por vezes surgem picardias. Importante é não prejudicar a equipa."
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