sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Somos uma boa equipa e fiz uma boa escolha.


"Sou o jogador dos passes inteligentes"


A sua transferência para o Sporting foi muito rápida, uma surpresa...

Sim, foi muito rápido. Tinha acabado de chegar da selecção, e o meu manager ligou-me a dizer que o Sporting, um grande clube, estava muito interessado e que devíamos ouvir o que tinha a dizer. O meu pai esteve cá antes e gosta de Lisboa, mas não foi por aí... Eu já conhecia alguma coisa do Sporting, conhecia os grandes jogadores que jogaram cá. E via também o FC Porto, Benfica e Braga a jogar nas competições europeias com bons resultados. Resolvi estudar a proposta e, quando ouvi o que me tinham a dizer, pareceu-me perfeito. Todas as luzes estavam no verde para assinar pelo Sporting. Era um novo desafio e, para mim, o melhor era sair da Holanda. Estava em conversações com o PSV Eindhoven, mas era melhor sair para uma nova língua, novo clube, novo país, nova experiência, novos estádios... Foi a melhor escolha.

O negócio teve lugar quando voltou da selecção da Holanda. Conquistar definitivamente o seu espaço e tentar ganhar o estatuto de titular foi uma das motivações para mudar de ares?

Eu jogava no AZ Alkmaar e via os melhores da Holanda a jogarem em clubes estrangeiros, em boas equipas. Se conseguisse dar esse passo, seria melhor para mim...

Foi apresentado como um dos jogadores de maior cartel a aterrar em Portugal. Isso subiu as expectativas e aumentou a pressão?

Não sinto pressão, só orgulho por terem dito isso. Conheço as minhas qualidades, a minha capacidade física... Deram-me confiança e agradeço, mas não sinto pressão por isso. Tivemos um início difícil, apesar da boa pré-época - excepto com o Valência, uma grande equipa, num jogo em que não jogámos bem. Faltou-nos sorte nos primeiros jogos oficiais. Com o Olhanense, tivemos imensas oportunidades e não marcámos, em três jogos só tínhamos dois pontos, é claro que era decepcionante e esperávamos mais deste clube e da equipa. Mas temos muitos jogadores novos, vamo-nos conhecendo, as coisas saem mais naturalmente. Agora é mais fácil. Somos uma boa equipa e fiz uma boa escolha.

Persistência deu resultados

Depois desse mau arranque, o treinador Domingos teve um papel decisivo na recuperação e evolução da equipa?

Não foi o treinador, em particular... Desde o primeiro dia que ele insiste no trabalho e acredita nele. E no final vê-se que tinha razão. Não se pode comprar tantos jogadores e ser logo uma grande equipa. É impossível, é preciso tempo. Essa foi a principal razão para não estarmos tão bem no início. Agora conhecemo-nos, sabemos a qualidade de cada um, vamos repetindo processos, e as coisas saem. Temos jogadores importantes e sabemos do que somos capazes.

Tem a ver com a alteração para o sistema táctico 4x3x3?

Sim... mas quando pressionamos é 4x2x4... Às vezes temos dois jogadores à frente, temos sempre três ou quatro na área nos cruzamentos. Jogamos muito ofensivamente, o sistema pode fazer diferença, mas a principal razão para melhorar é mesmo a rotina; maior conhecimento. A qualidade está lá se nos sentimos bem com o sistema táctico. Cada dia é mais fácil.

O próprio Schaars tem melhorado, em processo paralelo ao da equipa. Qual é a relação?

Se olharem para o meu jogo... no início é tudo novo, tentava encontrar o meu espaço e dar tudo. Se a equipa não funciona bem, eu não sou daqueles que passam por dois ou três, sou a ligação e o jogador de passes inteligentes. Com a equipa bem, é mais fácil para mim. Por isso, agora estou melhor.

O ciclo de vitórias coincidiu também com a saída de Djaló e Postiga, que eram habitualmente titulares. Era preciso sangue novo no onze?

Não creio que seja por isso. Mesmo com eles os dois, no fim de contas iríamos começar a ganhar. Somos tantos novos que nos temos de adaptar. Mesmo eles os dois são jogadores de qualidade; Djaló marcou dois golos à Juventus na pré-temporada! Podiam fazer a diferença.

Foi então a maior rotina nos mecanismos a criar a espécie de bola de neve a que se assiste?

Sim. Trabalhamos desde o primeiro dia na mesma intensidade, estilo, rotinas, e no final tinha de resultar. No início tentávamos e, por exemplo, os cruzamentos de Capel saíam mais largos... Faltavam essas coisas, porque não nos conhecíamos. Agora sim.

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