Para quem as dúvidas subsistiam, Domingos Paciência encarregou-se de as dissipar na recepção de anteontem ao Zurique: Daniel Carriço será o seis do Sporting nos tempos mais próximos. Foi esta a melhor fórmula encontrada para compensar a ausência de Rinaudo por lesão. O argentino que se assumiu como patrão tem, como substituto eleito, o jovem que cresceu na Academia como central e que agora Domingos reinventa como médio-defensivo. Uma experiência que, valha a verdade, não é nova - fora experimentada pelos técnicos Álvaro Magalhães e Paulo Sérgio -, mas que agora apresenta resultados... e sequência.
No final da vitória sobre o Zurique, o treinador do Sporting foi firme e explícito tanto na forma como no conteúdo do discurso. O novo trinco da equipa é por ora, e nos próximos tempos, um dos capitães de equipa, perdera a titularidade no eixo da defesa, mas vê-se aproveitado, ou antes, reaproveitado numa área que não lhe é totalmente alheia. Só lhe falta mesmo ganhar rodagem no posto. "O Daniel já em tempos jogou nessa posição, e as rotinas ganham-se com o jogo. Os jogadores sabem o que eu exijo para quem actua naquela posição. Com o tempo, ele vai melhorar", sustentou Domingos, que não encontra melhor alternativa na presente conjuntura: "Outros podem jogar naquela função, de acordo com os nossos princípios definidos, mas Carriço encaixa bem no interesse da equipa, embora qualquer jogador esteja preparado para isso. Vários passam por várias posições e sabem o que elas exigem."
Depois de aparecer como o mais recuado dos centrocampistas em plena Luz, no dérbi do último sábado, o camisola 3 dos verdes e brancos repetiu a dose na recepção ao Zurique, tornando sério o aviso lançado no clássico com o Benfica, para o qual André Santos - um médio-defensivo por vocação - era igualmente encarado como opção válida.
A escolha de Domingos tem adeptos. O primeiro só podia ser Álvaro Magalhães, primeiro treinador a colocar profissionalmente Carriço no posto em análise, quando o formando da Academia esteve sob seu comando em Olhão, na primeira época do atleta como sénior. "Para pôr ali Carriço, é preciso perceber de futebol", disparou a referência benfiquista, que já antes do dérbi enunciara as vantagens de ter o miúdo da Malveira à frente do seu terreno de origem: "Dá-me gozo vê-lo ali. É a sua posição, atendendo à estatura, visão de jogo e boa técnica que tem."
Já Emílio Peixe, seleccionador dos sub-18 e uma "cria" leonina que jogou nas duas posições em questão, aplaude a opção: "O rendimento do Daniel é muito positivo. Ainda está a ganhar rotinas como médio-centro e já corresponde muito bem".
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