Sócio n.º 18 517

António Pires de Lima - CEO da UNICER

"Sinto-me triste e preocupado. Triste porque é evidente que os resultados desportivos, nomeadamente da equipa principal de futebol, têm estado muito aquém daquilo que qualquer Sportinguista deseja. "
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"É evidente que não há nenhum Sportinguista que possa sentir-se feliz com o desempenho desportivo da equipa de futebol que é no fundo o emblema da instituição, naquilo que conta no estado moral dos adeptos."
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Record - Mas está também preocupado...
"Sim, porque acho que este sentimento não pode dar azo nem servir de pretexto para atitudes precipitadas  que possam pôr em causa não só a recuperação desportiva da equipa mas o próprio futuro da instituição Sporting. Estou muito preocupado com esta guerra de poder que parece estar instalada no Sporting quando a época ainda está a meio, quando há uma equipa que ainda está a recuperar para poder chegar à Europa. Não me parece, claramente, que esta guerra de poder e feira de vaidades, a que temos assistido no último mês, seja coincidentes com os interesses da instituição."
Record - O que considera atitudes precipitadas: a queda de Godinho Lopes e eleições antecipadas?
"Acho que no final desta época deve ser feito um balanço frio e sereno daquilo que foi feito. Se o Sporting fizer uma 2ª volta do campeonato muito diferente daquela que realizou na 1ª e atingir um lugar europeu e, portanto, esta aposta no prof. Jesualdo, que me parece uma boa escolha, estiver a dar resultados, então julgo que as eleições deveriam ser realizadas no seu tempo normal, isto é daqui a pouco mais de um ano. Então, quem quiser ser candidato a presidente do Sporting tem essa oportunidade no tempo certo das eleições."
Record - Mas se assim não for...
"Se o Sporting mantiver a trajectória que fez na 1ª volta, muito negativa e de grande volatilidade de jogadores e treinadores, acharia normal que no final da época, não tendo sido conquistado nenhum resultado desportivo mínimo, se questionasse em assembleia geral a continuidade desta direcção. Para todos os efeitos, neste caso, já seriam dois anos de trajectória desportiva mal sucedida. Agora a meio da época, precisamente quando se está a iniciar um processo de recuperação, ver sócios provocarem uma AG para destituir a direcção e lançar o Sporting numa crise de liderança e de poder, quando ainda por cima estamos a viver um momento tão sensível do ponto de vista financeiro da instituição, parece-me uma irresponsabilidade completa."
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Record - Quem identifica como protagonista dessa guerra?
"Tenho muita pena que pessoas, que respeito muito e que são grandes profissionais, como o dr. Eduardo Barroso e o dr. Daniel Sampaio, sportinguistas de coração, estejam a ser instrumentalizados para esta corrida ao poder que pode terminar numa aventura desastrosa para a instituição Sporting."
(...)
"Espero que no final o interesse do Sporting prevaleça e por isso deixo este apelo: aguardem pelo fim da época desportiva para se fazer a avaliação que se impõe sobre a capacidade desta direcção e a bondade de precipitar ou não um acto eleitoral. Um grande Sportinguista seguramente não tem problema em esperar 4 ou 5 meses para fazer uma avaliação correcta e serena e mais pode esperar se a sua intenção for ser presidente do clube. Neste momento, há alguns espíritos mais motivados pela guerra do poder do que propriamente pelo futuro do Sporting."
Record - Ainda vê algum futuro em Godinho Lopes?
"Depende daquilo que seja o resultado desta gestão no final da época. É evidente que o eng. Godinho Lopes cometeu muitos erros. Como já foi dito, até por alguém com mais responsabilidades que eu, dá a sensação de estar a aprender a ser presidente do Sporting no exercício da própria função. A expressão do dr. José Maria Ricciardi parece sintetizar bem aquilo que estamos a observar. Mas também me parece que fez um movimento muito positivo ao contratar o prof. Jesualdo Ferreira. Em qualquer caso, a bem do Sporting e da sua equipa, acho que é razoavelmente cristalino que uma avaliação completa só deve ser feita no final desta época. Tudo o que seja precipitar esse momento é errado."
Record - Porquê?
"Olhe, até por isto: se houver uma AG a meio de fevereiro, eu, mesmo que eventualmente não esteja convencido com a gestão do eng. Godinho Lopes, o que é difícil que esteja, vou ser forçado a defendê-lo para evitar uma enorme crise institucional do Sporting numa altura completamente inoportuna. Eu, como sócio, preferia dizer "sim" ou "não" ao eng. Godinho Lopes tendo esta época terminada e quando não estivesse em causa, no curto prazo, nenhum efeito sobre a equipa de futebol."

Continua...