Acertou a renovação de contrato até 2016, com uma cláusula de rescisão de 25 milhões de euros. Vê este passo como um prémio pelo que fez em 2011/12?
Não posso negar os sentimentos: é um sonho jogar no Sporting. Estou muito satisfeito e orgulhoso por ter renovado e por continuar a fazer parte do plantel profissional do Sporting, clube que, é bom não esquecer, represento desde 2002; são dez anos de clube, não são dez dias. Agradeço a Luís Duque e a Carlos Freitas, que acreditaram em mim, que apostaram em mim, que me deram a possibilidade de fazer parte do plantel e que agora acertaram a minha renovação. Agradeço ainda ao presidente, que sempre me incentivou.
Fez 27 jogos, 11 dos quais a titular. Foi o realizar de um sonho?
Sim.
Mas ainda não foi "a" época de sonho.
Não, foi só a primeira época. Ainda tenho muito que evoluir e posso dar muito mais.
Acredita que pode ser a próxima?
Vou fazer por isso. Não depende só de mim, mas vou fazer o trabalho que tenho feito até aqui. Depois, se o treinador me der a titularidade vou tentar cumprir com o que ele pedir.
O seu primeiro grande momento da época ocorreu em Leiria. Foi um ponto de viragem?
Foi importante, porque até aí não tinha tido muitas oportunidades. Sá Pinto chegara há pouco tempo e quando me deu essa oportunidade, o jogo correu-me bem e se calhar foi um bom motivo para ele ter apostado em mim nos jogos seguintes.
Um jogo que lhe valeu a titularidade quatro dias depois, em Kharkiv, contra o Metalist.
Isso tem de perguntar a Sá Pinto. Mas talvez esse bom desempenho me tenha dado crédito para poder fazer os jogos seguintes. Felizmente, as coisas correram-me bem nesses jogos, tanto com o Metalist como com o Bilbau.
Foram três jogos que mudaram a opinião dos adeptos?
Como não tinha jogado muito até aí, é natural que grande parte das pessoas não tivesse uma opinião formada sobre mim. Essas exibições positivas ajudaram a que as pessoas começassem a gostar de mim e senti isso, sim. Senti-me muito acarinhado, recebi muitas mensagens de apoio e isso é importante, porque nos dá força.
Houve algum trabalho de mentalização especial da sua parte para ter surgido tão forte nesses jogos?
Sim, porque como não tinha muitas oportunidades, tinha a noção de que cada oportunidade que tivesse, tinha de a aproveitar da melhor forma. Foi isso que tentei fazer, isto é, dar o meu melhor para poderem ver que eu tinha qualidade para jogar no Sporting e também para ajudar a equipa, claro.
Apareceu, contra o Bilbau, a concentrar o jogo à sua volta e a mexer os cordelinhos da equipa. Foi um acaso ou corresponde ao que pretende fazer no Sporting?
Gosto muito de ter a bola e se puder organizar o jogo da equipa, melhor, porque a posso ter durante mais tempo. Mas se me pedirem para desempenhar outras funções, também o faço. No meio-campo, posso e gosto de desempenhar qualquer função, seja mais atrás ou mais à frente...
Como vai tentar impressionar Sá Pinto para ele o pôr a jogar mais?
Sá Pinto gosta de um futebol simples e privilegia um jogo de passe e receção. É isso que vou tentar, mostrar que faço bem esse tipo de jogo e depois esperar que surjam as oportunidades.
Ao metê-lo em Kharkiv, num jogo crucial, Sá Pinto deu uma grande prova de confiança no seu valor...
Foi uma grande prova de que confia em mim e que conta comigo. Como eu não vinha a jogar muito, ele dar-me uma oportunidade assim num jogo daquela importância foi uma prova da confiança nas minhas capacidades.
Ele já alguma vez lhe transmitiu pessoalmente a impressão que tem acerca do seu valor?
Sá Pinto por vezes fala comigo e diz-me que acredita em mim, no meu valor. Diz-me para trabalhar sempre no máximo, porque é disso que ele gosta e o que ele pede. Já como jogador ele era assim, dava tudo e deixava tudo em campo; pediu-me sempre para o fazer e é isso que tento fazer em todos os jogos.
E já alguma vez ele lhe pediu para ter mais intensidade de jogo, por exemplo?
Sempre que joguei, ele teve foi o cuidado de dizer que gostou muito do meu jogo e que eu estava num bom caminho. E eu tentei sempre fazer o que ele me pediu.
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