Quero me esquecer do Sporting apenas quando perder a memória

Fui a Vila do Conde ver o futsal do Sporting.
Não fui sozinho, levei os meus filhos e o meu pai.
Sedentos de ver o Sporting, qualquer "bocadinho" com o nosso clube, é fantástico!
Ser sportinguista e viver longe de Alvalade é duro! Muito duro!
Outros, privilegiados pela geografia do seu domicílio, não dão o devido valor ao facto de estarem "colados" ao seu grande amor.
Como eu, vi muitos Sportinguistas, novos e outros mais experientes.
No entanto, marcaram-me profundamente duas situações nas bancadas do pavilhão:

• Muitos miúdos com o cachecol do Sporting, com vontade de apoiar e gritar bem alto pelo clube que muitos deles ainda não viram ser campeões nacionais. Um bem haja a todos os pais que transmitem aos filhos, o "vírus" do amor pelo nosso Sporting;
• Perto de mim, estavam três senhores com camisolas, chapéus e cachecóis do Sporting. São daqueles Sportinguistas que ao longo de várias épocas, me cruzei inúmeras vezes nos jogos aqui no norte. Partilhamos alegrias e tristezas, sem nunca nos conhecermos pessoalmente. São dois irmãos na casa dos 60 e alguns anos e o filho de um deles que estará com 40 e tal anos. Este ultimo, hoje, apareceu com um ar doente. Muito magro e com a cabeça com muito pouco cabelo. Como é óbvio,  não lhe perguntei o que se passava. Infelizmente, aparentava ser portador de uma doença muito grave. Mas, estava lá!!! Chegou, com o casaco no braço, de camisola do Sporting vestida e chapéu do Sporting enterrado na cabeça com muito pouco cabelo. Orgulhoso, exibia a camisola do nosso clube, não se importando nem com o frio nem de exibir a extrema magreza que se via de forma impressionante nos seus braços. Bateu palmas, com visível esforço, acompanhando os cânticos da claque. Na 2ª parte, já com mais fragilidade evidente, vestiu o blusão, mantendo o apoio e vibrando com a reviravolta no marcador. No fim do jogo, vibrou com a vitória e com a chegada dos jogadores junto de todos nós. Um dos Sportinguistas mais velhos que o acompanhavam (talvez o pai por ser o mais parecido com ele), limpava as lágrimas que corriam abundantemente. Também não me contive, aliás, estou a escrever isto cheio de emoção. Tenho todas estas imagens que vos relato, bem vivas na minha memória. Nunca esquecerei, toda esta força deste homem! Que exemplo de amor ao nosso Sporting! Espero ver este homem muitas vezes nos jogos do nosso Sporting!!!